Buscar um parto normal e não conseguir, na maioria das vezes é sinônimo de frustração para as mulheres. Pode ser desde o desejo de um parto normal mas o sistema massacrar a parturiente e empurrá-la para uma cesárea desnecessária, até partos com ótima assistência para conquistar uma saída vaginal, mas seu desdobramento não acontece de maneira segura, conduzindo então esse processo para um nascimento por via abdominal.
Mulheres que vivenciam isso precisam de suporte. E quando dizemos suporte, não é falar aquelas frases batidas como "o que importa é que nasceu saudável, né? Não importa a via de nascimento!". Para muitas mulheres importa sim. E sustentar essa frustração com empatia, amor e uma boa conduta para que essa mulher tenha segurança em ressignificar esse processo, é fundamental. Doulas bem preparadas podem, por exemplo, ser um instrumento muito saudável para ajudar, aos poucos, a reorganizar tantos sentimentos no coração dessa mãe. Rodas de pós parto também costumam ser um ótimo espaço para dividir essa vivência. Buscar profissionais que dêem suporte terapêutico com foco em perinatalidade também pode ajudar muito a curar feridas e repensar formas de encarar essa experiência.
Não culpabilizar a mulher com frases como "você devia ter se preparado mais!" ou "tem alguma coisa no seu corpo que não quer que você tenha parto normal!" são absolutamente descabidas e não valem ser faladas em nenhuma instância. Enquanto o sistema obstétrico seguir sendo cruel e não for muito franco com as mulheres, será difícil aceitar qualquer argumento. Se preparar para um parto com boa informação sem dúvidas é fundamental, mas não é o que vai garantir que o tenha. Boa informação lhe dará base para boas escolhas, mas de nada adiantará se o sistema não caminhar em prol da boa consciência obstétrica.
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