Vivemos em uma sociedade que nos infantiliza o tempo todo. Nos dão conselhos e pitacos não solicitados, não acreditam em nossos corpos, nos colocam um corpo adulto sem pêlos como padrão (igual ao de uma criança!), centralizam a tomada de decisão sobre nossos partos, nossa amamentação, nosso feminino e nossa caminhada materna em quaisquer outras pessoas, menos em nós. Nos tiram a tomada de decisão, não nos explicam o necessário para que possamos refletir e decidir.
Quando estamos grávidas, conversam conosco como se fôssemos limitadas. No trabalho, limitam nossa capacidade. No parto, muitos profissionais não nos deixam ouvir a nossa própria fisiologia e intervém sem ao menos nos darem a chance de deixarmos o processo fluir.
E ao longo dos anos deixamo-nos infantilizar, nos colocamos numa redoma de ignorância. Não chamamos o parto para nós. Acreditamos sempre que a culpa das coisas é de qualquer outra pessoa, menos da gente. Chamar o parto pra si, bancar suas próprias escolhas, entender verdadeiramente seus limites ou encará-los de frente não é simples, mas é possível. É amadurecer como mulher, como adulta, como ser humano. É responsabilizar-se pelas consequências de seus atos, suas decisões, seus desejos. O parto não é do seu marido, tampouco da sua mãe. Não é de suas amigas, nem do seu médico. O PARTO É SEU. Se você não banca suas escolhas, alguém terá que bancá-las. Mas uma coisa certamente será só sua: a frustração.
Chame o processo pra si!
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