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Série: Fases do trabalho de parto

  • biancapuglia
  • 1 de dez. de 2021
  • 6 min de leitura

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Saber o que possivelmente te espera durante o seu trabalho de parto, pode te trazer um sentimento maior de segurança e autonomia ao seu processo. Entender, conhecer e muitas vezes perceber as fases que permeiam o trabalho de parto, nos ajuda a desvendar esse processo fisiológico e que para algumas famílias ainda é um bicho de sete cabeças. Essa semana queremos conversar com vocês sobre cada fase que costuma se desencadear para que o bebê nasça.


Ter essa percepção e conhecimento ajuda gestantes e acompanhantes a não irem cedo para a maternidade (e serem mandados para casa novamente) ou serem internados prematuramente, evitando assim intervenções desnecessárias. Ajuda também a acionarem a equipe no momento propício, diminuindo as chances de um alarme falso.


E para além de tudo isso, ajuda a mulher a conhecer, confiar e perceber seu processo e sua fisiologia.


Então vamos desvendar cada fase deste processo incrível. Vamos conversar? Convida sua amiga grávida e vem com a gente! 💕




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Vamos conversar sobre PRÓDROMOS. Eles são sinais que podem indicar a proximidade do início do trabalho de parto. A diferença entre as contrações é que nas de treinamento (Braxton Hicks) a mulher sente uma contração indolor, e na de pródromos ela vem como uma cólica menstrual. Algumas gestantes sentem essa cólica no pé da barriga e outras na região lombar.


A principal característica dos pródromos são contrações IRREGULARES. Em geral, também são leves e de curta duração. E uma informação muito importante: podem durar dias ou até semanas. Entender isso faz com que a gente adeque bem as expectativas e tenha paciência para aguardar o franco trabalho de parto.


É muito comum, inclusive, que essas contrações comecem à noite devido ao aumento da produção de melatonina (causado pelo relaxamento), e a mulher amanhecer sem sentir nada.


Na grande maioria das vezes, durante esse período o colo do útero vai amolecendo e afinando. O tampão pode sair e o intestino ficar mais solto. Pontadas na vagina também são comuns e significam que o bebê está encaixando.


E o que fazer nessa fase? Diferentemente do que muitas pensam, nos pródromos devemos descansar e relaxar. Não adianta passar o dia rebolando numa bola de pilates... Porque caso você comece a ter contrações à noite e o seu parto só engrene pela manhã, você estará morta de sono e de cansaço.


Banhos mornos, massagem e compressa de água quente também podem ajudar a aliviar esses incômodos.




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Depois dos pródromos entramos na FASE LATENTE. Nessa fase, as contrações, apesar de ainda estarem espaçadas, começam a pegar um certo ritmo. Os intervalos podem ser de 15 em 15, 10 em 10 ou até mesmo de 5 em 5 minutos.


Outro sinal de fase latente é que a contração passa a ser mais longa, durando, em média, 45 segundos. O tampão pode começar a sair ou continuar saindo e o intestino seguir solto.


Nessa fase o colo dilata até 5cm e sua duração tem uma média de 6 a 24 horas.


Costumamos dizer que essa é a fase em que a gestante tem de ir se acostumando com as contrações e a dor do parto. Apesar de ainda conseguir conversar, já é um período que requer mais concentração.


Prestar atenção na respiração e quais posições aliviam a dor pode ser interessante. Se desconectar do mundo, ouvir uma música relaxante e descansar também pode ajudar.


Outra ideia bacana é fazer uma refeição completa, já que na fase ativa poucas gestantes sentem vontade de comer.


Para quem já passou por isso, como foi sua fase latente?




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Eis que chega ela, a tão esperada, ansiada, aguardada e planejada: FASE ATIVA! Esse momento é o famoso franco trabalho de parto, quando as contrações estão de 3 em 3 minutos, durando entre 45 e 60 segundos e mais intensas e dolorosas.


Essa fase dura, em média, 12 a 18 horas pra quem está parindo pela primeira vez, sendo, em geral, mais rápida a partir do segundo parto.


Caso seu parto seja domiciliar, essa é a hora de acionar a equipe. Se você optou pela assistência hospitalar, é o momento de se dirigir ao hospital, pois mãe e bebê precisam ser monitorados. Importante ressaltar que essa transferência pode ser um pouco incômoda e que os estímulos podem espaçar um pouco as contrações.


Durante a fase ativa, usamos todos os métodos de alívio não-farmacológico da dor: chuveiro quente, banheira, bola, compressa, massagem, aromaterapia, música, mudança de posição, técnicas de respiração e relaxamento, meia luz etc.


É importante lembrar de se hidratar e comer algo para não ficar sem energia. Caso a gestante se sinta muito cansada, ela também pode deitar ou sentar para descansar um pouco. Cada bebê virá no seu tempo. Não tenha pressa para parir.


Como foi a sua fase ativa? E o que você fez para aliviar o processo?




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Chegamos, enfim, na fase mais desafiadora do parto: a de TRANSIÇÃO. Aqui, as contrações já estão com intervalos de 2 em 2 minutos e mais longas, durando 60 segundos.


Em geral, a mulher está com 8cm e começa a sentir uma mudança no padrão de dor. Como agora o colo do útero já está bastante dilatado, a dor muda para uma pressão muito forte e muitas vezes a mulher refere vontade de evacuar. É muito importante saber que existe essa mudança do tipo de dor, pois ela é muito intensa, e caso a gestante não tenha essa informação, pode se desestruturar emocionalmente.


Também é comum que aconteça o rompimento da bolsa e que a gestante comece a sentir muito calor.


Nessa fase, uma banheira pode ser sua grande aliada. Vocalizar também ajuda muito.


É momento de se entregar e muitas terminam entrando na “partolândia”. Algumas mulheres sequer lembram dessa fase depois do parto, já que recebem uma enxurrada de hormônio e ficam meio fora do ar. É comum dizer coisas sem sentido, perder a noção de tempo e de espaço ou ficar agressiva. 😬


A boa notícia é que a fase de transição dura, em geral, de 50 minutos a 2 horas.


Respirar e seguir!




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Finalmente, é hora de se preparar para conhecer o seu bebê! Na fase EXPULSIVA, a mulher alcança os 10cm de dilatação e sente uma vontade muito grande de fazer força.


Não é incomum que as contrações fiquem um pouco espaçadas. A natureza é muito sábia e dá esse descanso para que a mulher consiga descansar um pouco.


De novo, você não precisa ter pressa para parir. É bom pro bebê e pra você que o expulsivo não seja tão rápido. Sua duração pode variar conforme a paridade: para mulheres que estão parindo pela primeira vez, a média é de 3h. Para quem já pariu, entre 15 a 45 minutos.


Escolha a posição que você se sentir mais confortável, não precisa racionalizar o processo. Pode ser que para a equipe a posição escolhida pela gestante não faça muito sentido, mas cada mulher vai se movimentar de uma forma. A posição deve ser de livre escolha.


Depois de algum tempo fazendo força, chegaremos na fase do coroamento: a equipe começa a ver a cabecinha do bebê. É muito importante saber que a mulher sente um forte ardor no períneo (círculo de fogo) e que o bebê não nasce de vez: ele faz um movimento de vem e vai, e isso amacia o períneo, evitando uma laceração. Respirar profundamente e vocalizar pode ajudar muito, e se tiver vontade de gritar, fique muito a vontade.


Depois de um tempo, a cabeça do bebê sairá, e na próxima contração o restante do corpinho. Em geral, é um momento de muito alívio e emoção. Hora de lamber muito a cria e sentir aquele corpo todo melecado e quentinho!




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É chegada a hora de finalizar a nossa série! Se você pensa que o parto acabou quando o bebê saiu, a notícia é não! O parto só acaba com a SAÍDA DA PLACENTA.


E muitas pessoas cometem um grande erro durante esse período: desfazer o clima de tranquilidade que vinha acontecendo durante o trabalho de parto. Para expulsar a placenta, a mulher precisa continuar produzindo ocitocina, e muitos acompanhantes ou profissionais se esquecem disso.


É fundamental que a mãe faça um longo pele a pele com o bebê e que a mama seja ofertada a ele. Quanto mais o bebê mamar, mais hormônios a mãe irá produzir.


A parturiente sentirá cólicas e algumas terão vontade de fazer força. Mas não se preocupe: raramente a dor é intensa.


É muito importante que a placenta não seja puxada (a não ser em caso de necessidade), pois isso aumenta a chance de hemorragia e restos placentários podem ficar no útero.


Após a saída da placenta, a equipe técnica fará uma avaliação do períneo e chegaremos ao fim de todo processo.


Em relação as fases do trabalho de parto, precisamos lembrar que nem todas as mulheres passam por todas as fases e que cada parto é um. Ter informação é muito bacana, mas acreditar na fisiologia e se entregar ao processo faz toda diferença! 💕


 
 
 

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